segunda-feira, 12 de março de 2012

COMO MUDAR O ESTADO AGRESSIVO
Você convive muitas vezes ao longo do dia com os seus estados agressivos?
O que faz? Controla ou acalma?
A Revista Mente e Cérebro traz um artigo útil sobre este assunto. Vale a pena ler,compreender e executar.
Da irritação à violência
Em geral, somos capazes de conter a irritação, seja por medo de vingança ou em decorrência de sentimentos de culpa, por exemplo. Se, porém, não conseguimos fazê-lo, uma reação raivosa exagerada pode facilmente conduzir à agressão destrutiva e ao emprego da violência - relacionamentos têm, então, seu fim precipitado ou danos são causados a nosso semelhante. Explosões de violência surgem particularmente em situações de estresse social - o encurralado acredita que somente o ataque pode salvar-lhe a auto-estima.
É freqüente que crianças e jovens ostentando reações agressivas impróprias e incapazes de controlar a própria raiva tenham sofrido um longo período de carência afetiva e sido privadas de carinho e proteção. Reiteradas experiências com a violência também podem provocar o comportamento agressivo, o que, por sua vez, dificulta a construção de novas relações sociais. Nesse caso, é possível que, com tal comportamento, se busque inconscientemente evitar novas decepções e rompimentos.

Outros problemas podem surgir quando reprimimos ou não minoramos irritação e raiva. Ambas ativam o sistema nervoso simpático e põem o corpo em estado de alerta. Se, em decorrência de estresse prolongado no ambiente de trabalho, não logramos atenuá-las, medidas automáticas do sistema nervoso e processos hormonais são postos em curso, com graves conseqüências: passamos a sofrer de um estado de tensão e de distúrbios cardiovasculares crônicos - sobretudo hipertensão arterial -, e nosso sistema imunológico se enfraquece.
Como lidar melhor, então, com esses sentimentos? Eles são parte do equipamento emocional básico dos seres humanos e, assim sendo, não podemos bani-los. Pelo contrário: sua presença indica um conflito ou um perigo a nos ameaçar, razão pela qual devemos dar atenção a essa presença e levá-la a sério. Graças a esses sentimentos, refletimos sobre nossos próprios limites, rechaçamos - se necessário - quem se aproxima deles e nos protegemos de intrusões indevidas. A energia que a irritação põe à disposição afasta o medo e a sensação de impotência. As emoções voltam nossa atenção para o problema a ser resolvido. Assim, em vez de "Ora, não se irrite!", deveríamos dizer: "Trate de se irritar, sim - mas com moderação".

Para lidar de forma apropriada com esses sentimentos devemos, antes de mais nada, tomar consciência de nossa irritação, com todos os seus indicadores físicos e emocionais. O passo seguinte é dar expressão consciente ao sentimento: as palavras nos permitem manifestar a irritação sem ter de recorrer à violência física. Não podemos nos esquecer, porém, de que também as palavras e os gestos podem ferir muito, em particular quando manifestam irritação velada. Nesse sentido, seria salutar que todos aprendêssemos e exercitássemos desde pequenos como evitar e minorar a irritação também nesse plano, da mesma forma como aprendemos a nos comunicar e a cultivar relacionamentos.

Por fim, devemos ainda ter clareza de que, com nosso comportamento, está em nossas mãos irritar ou não nossos semelhantes. Também somos responsáveis, portanto, pela irritação e pela raiva ao nosso redor, e devemos levá-las a sério. A irritação pode nos ajudar a impor respeito por nossos limites e a articular nossos próprios interesses. Ao mesmo tempo, porém, cabe-nos respeitar os limites e a integridade dos outros.

Da próxima vez que você se irritar porque alguém quer passar à sua frente na fila, basta que você expresse essa irritação. Mas sinalize também ao outro sua disposição conciliatória. Se fizer isso, terá boas chances de esclarecer de forma sensata o conflito e de resolvê-lo. A irritação, é de se supor, vai desaparecer - ela já terá cumprido sua função.

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